quinta-feira, fevereiro 03, 2011
"Hoje em dia, a coisa mais fácil do mundo é não ser”, anunciava a narração poética que precedia o desfile da marca Do Estilista de Marcelo Sommer. Que em completo revival, levou para a passarela do SPFW um desfile, no mínimo, emocionante. Numa celebração particular, abusou de referências dos anos 80/90. Começou pela trilha, ao som de New Order. Envolvidas neste clima, look a look, surgiam as modelos tops das últimas décadas.
Do Estilista manteve seu mix de estilos evidente na coleção. Primeiro, Caroline Ribeiro abre com um vestido volumoso em tom de verde bandeira e um interessante colar em formato de gola. Já dava para perceber um certo apelo campestre no visual. O feminino se evidenciou com a leveza de vestidos levemente transparentes, principalmente em pois e florais. A renda foi outro elemento muito explorado e apareceu, principalmente, em babados e mangas drapeadas.
Na seqüência, outros nomes igualmente relevantes à memória da moda. Ana Claudia Michels desfilou um casaco de veludo e botas estilo montaria. Luciana Curtis, Isabela Fiorentino somaram aos seus looks, feminilidade. O mais interessante foi a alfaiataria proposta por Do Estilista. Aplicada em peças básicas ou em engenhosas novas construções de algumas peças como o terno dividido ao meio, em duas partes distintas.

 

Esta é a segunda temporada da designer portuguesa Ana Salazar nas passarelas do SPFW, desta vez, com uma coleção inspirada nas cores, fauna e flora das florestas seculares da região central de Portugal.
A alfaiataria de perfume clássico, como calças de smoking, trench-coat, capa e blazers 7/8, ganham um grande peso na coleção, acompanhada de vestes, capuzes e leggings em minipaetêes em dourado e prata fosco, numa alusão à roupa de proteção do caçador.
As peças mais fluidas, em musseline de seda e com volumes delicados ao longo do dorso, trazem printings nos tons de pássaros e folhagens abordados nos tema de inspiração. Bonito também os vestidos mais sensuais e próximos a pele, em couro com taxas e forte perfume fetichista.


Intitulado N.A.D.A., o desfile da FH foi tudo, com perdão do trocadilho. Performático, Fause Haten apresentou no SPFW um espetáculo que misturou a interpretação quase que cinematográfica de modelos à dança contemporânea. A trilha sonora, ora muda ora ensurdecedora, criava a atmosfera adequada para a entrada delas. Todas, por sinal, ostentando longas perucas loiras que em muito contrastaram com o negro da coleção.
O brilho, nada sutil, preenchia por completo partes das roupas quando não, looks inteiros. Reluzia em cristais. A cintura apareceu marcada apenas por cintos finos, deslocada ou, simplesmente, esquecida e solta em vestidos trapezóides. A camisa, reeditada se transformou em vestido, uma peça já característica das coleções FH. O couro, veio em duas versões: liso ou em um patchwork refinado, fragmentado e irregular.

Novos volumes, assim como novas interpretações de formas clássicas, se destacaram. Como na calça cigarette que ganhou cintura altíssima. Pêlos negros e brancos em abundância acompanhavam o movimento dos corpos. Uma a uma, as modelos se sentavam em cadeiras posicionadas na própria passarela.Emocionante.



Desde a trilha com voz sensual e aveludada, o curitibano Jefferson Kulig já dava sinais da mulher que iria imprimir para temporada:  urbana, muito informada, rocker e  - por que não dizer - sofisticada. Desta forma, a coleção de inverno enfatiza na passarela os desejos de seu criador que, mesmo abusando de suas pesquisas high tech na área têxtil, quer ver a mulher bonita em formas que, a sua maneira, valorizam a silhueta feminina.
E por falar nos shapes, eles são retos e brincam com texturas e técnicas, como o belo vestido com saia em tecido xadrez com cobertura plástica, couro tech e fake com recorte a laser, aplicação de tachas, rendas em material de borracha e uma incrível manga com silicone e fios emaranhados, totalmente flexível.
Ilustrando toda essa viagem rumo ao futuro, um olhar sobre a paisagem de hoje que recobre os muros das grandes cidades, como grafismos, além de fotografias inusitadas de bichos. Bonito também os detalhes de golas e sapatos em pele de carneiro e couro de tatu e tipo jacaré. Nas cores, muito preto, branco e pontos de luz em azul vibrante.



Lino Villaventura entrou no clima da comemoração de 15 anos do SPFW e levou para a sua passarela o que de melhor sabe fazer: seu estilo inconfundível de criar esculturas em tecido. O preto foi (também) sua cor predominante, experimentado nos mais variados materiais. Além dele, um pouco de ocre, petróleo e branco. Drapeados e plissados marcaram as peças criando texturas, mas foi o efeito de estampa bordada que levou o colorido do vinho, chocolate, argila e beterraba para seu Inverno.
As modelos estavam plácidas, com maquiagem esbranquiçada que contrastava com o adereço de cabeça criado por Lino Villaventura para alongar a testa. Nos materiais, os tecidos nobres como tafetá de seda, gazar de seda pura, tule irizado e texturizado, veludo, cetim e musseline de seda pura dividiram espaço harmoniosamente com o jersey de malha e o tule elástico com efeito de ciré.
Por sinal, com seu ciré, Lino criou leggings justíssimas como uma segunda pele. O veludo veio rebordado por pespontos caramelos num novo matelassê, para eles e para elas. As golas amplas dos vestidos curtos se transformavam em leves capuzes. Com moulage o estilista ainda valorizou formas simplificadas. Zíperes propunham aberturas estratégicas, como nas costas de vestidos, do decote a barra. Para completar, nos pés, botas de salto alto e solado púrpura revelado a cada passo.



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BLÁ BLÁ BLÁ

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♡ Apaixonada por moda, make, shoes e designer. Noiva, Consultora de marketing e Blogueira nas horas vagas. Um turbilhão de ideias por minuto: Define!. Me entrego por inteira para as coisas boas da vida.Tudo que me toca o coração, deixa sempre alguma história para contar...

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